Salseiro | Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Turismo

Salseiro

SALSEIRO (Português)

O Salseiro é uma árvore característica de áreas alagadiças e margens de corpos hídricos naturais. A espécie também é conhecida por diversos outros nomes populares, tais como Salgueiro, Salso, Chorão ou Salso-salseiro. Ademais, ele pertence à família Salicaceae e cientificamente é conhecido por Salix humboldtiana Willd., sendo uma planta de ocorrência natural no Brasil. O Salseiro é uma árvore amplamente distribuída por toda a América do Sul e Central, com uma ocorrência muito frequente nas margens de cursos d’água, lagos ou açudes, sendo uma espécie pioneira aquática. Ocorre naturalmente em solos aluviais, muito úmidos, lodosos e profundos, com textura que varia de arenosa a areno-argilosa, com lençol freático elevado. A drenagem desses solos é extremamente variável, sendo sujeitos a inundações periódicas.

É uma árvore de porte médio, dióica (que apresentam indivíduos que produzem apenas flores unissexuais, pistiladas ou estaminadas), podendo atingir até 20 metros de altura. Tronco reto ou levemente tortuoso, curto em relação à altura, casca externa grossa, sulcada e descamante, de cor pardo-acinzentada a castanho-escura, com fissuras longitudinais evidentes, ramos terminais flexíveis e delgados, pouco pêndulos nesta espécie. Fuste curto, com até 1,4 metros de diâmetro.

Essa espécie possui folhagem decídua, ou seja, com folhagem caducifólia, com suas folhas caindo durante o inverno e voltando a brotar com folhas simples, alternas, linear-lanceoladas de até 15cm de comprimento por 1,5cm de largura, glabras e de coloração verde-clara. Inflorescência do tipo amentilho, pêndulas, de até 7cm de comprimento. As flores pistiladas e estaminadas são inconspícuas (diminutas), aclamídeas (nuas) e com nectários, sendo que as estaminadas (masculinas) apresentam de 4 a 10 estames, enquanto as pistiladas (femininas) apresentam pistilo com ovário unilocular. Seu período de floração depende da região, em julho (Mato Grosso do Sul), de agosto a outubro (Rio Grande do Sul) ou de setembro a novembro (Paraná).

Seus frutos são do tipo cápsula, ovoides, sublenhosos, de até 5mm de comprimento por 2mm de largura, com deiscência em 2 a 4 valvas, encerrando numerosas sementes. Sementes diminutas, negras, de 1mm de comprimento, leves, envoltas por longos pelos, semelhantes ao algodão. Os frutos amadurecem em agosto (Mato Grosso do Sul) ou de outubro-janeiro (Rio Grande do Sul), dependendo da bibliografia.

A reprodução da espécie ocorre naturalmente através da germinação das sementes dispersas em águas rasas e correntes, bem como em solos encharcados, formando geralmente comunidades puras. Já a reprodução para uso na arborização urbana, na maior parte dos casos, é através de estaquia de ramos, uma técnica de clonagem utilizada há milênios. Sugere-se estacas de 30cm, obtidas de ramos terminais, produzidos no mesmo ano, com enraizamento das estacas ocorrendo de 70 a 90 dias. A semeadura em canteiros também pode ser realizada, com a germinação das sementes ocorrendo de 15 a 60 dias, repicagem para recipientes individuais entre 4 e 6 semanas e o plantio definitivo a partir dos seis meses. A propagação natural é muito eficiente, com uma dispersão ampla, através de anemocoria, ou seja, suas sementes apresentam pelos que são carregados pelo vento. É muito utilizado no reflorestamento de vegetações ribeirinhas e ainda na arborização urbana, sendo comumente confundida com o Salgueiro-chorão (Salix babylonica L.) e com o Vime (Salix spp). Na Região Sul do Brasil, em função de seu verão seco e inverno úmido, indica-se que preferencialmente o plantio definitivo das mudas seja realizado entre os meses de maio a agosto, período em que há maior probabilidade de sobrevivência, uma vez que há uma maior concentração de umidade no solo.

O Salseiro apresenta um papel relevante na fixação das margens dos cursos de água, sendo indicado para a recuperação de ecossistemas costeiros degradados. Essa espécie possui importância como melífera, uma vez que é nectarífera e possui sistema de polinização através de entomofilia, ou seja, suas flores são polinizadas por insetos.

Possui uso na medicina popular tradicional, com o uso de sua casca em infusão, a qual possui salicina (ácido salicílico), com propriedades antifebrífuga, sedativa e antiespasmódica. Além de ser utilizada como espécie ornamental, principalmente, na arborização urbana. Dentre outros usos, ela é utilizada em carpintaria, marcenaria, tornearia e fabricação de caixotes, uma vez que sua madeira é considerada leve, com uma densidade de 490Kg/m3, de cor branco-rosada até castanho-rosada. Os ramos flexíveis são usados na confecção de cestos.

Fontes:

BACKES, Paulo; IRGANG, Bruno. Árvores do Sul: Guia de Identificação e Interesse Ecológico. Porto Alegre: Instituto Souza Cruz – Clube da Árvore, 2002.

CARVALHO, Paulo Ernani Ramalho. Espécies arbóreas brasileiras. Brasília, DF: Embrapa Informação Tecnológica; Colombo: Embrapa Florestas, 2003-2014.

DOS SANTOS, Nara Rejane Zamberlan; TEIXEIRA, Italo Filippi. Arborização de Vias Públicas: Ambiente X Vegetação. Porto Alegre: Instituto Souza Cruz – Clube da Árvore, 2001.

Responsáveis dados técnicos: Hélio Ramirez Farias (colaborador externo) Lauís Brisolara Corrêa (colaborador externo).

Responsáveis produção textual: Francielle de Lima (coordenadora), Ariane Ferreira Clavijo (discente bolsista), Giovana de Oliveira (discente voluntária), Jerusa Vieira Urrutia (discente voluntária) e Pablo Gabriel de Muniz Correa (discente voluntário).

 

SAUCE (Español)

El sauce es un árbol característico de bordes, orillas de arroyos y ríos. La especie también es conocida por otros nombres más populares, como sauce criollo, sauce llorón o salso-salseiro como es conocido en Brasil. Además, la especie pertenece a la familia Salicaceae, científicamente conocida por Salix humboldtiana Willd., y de amplia ocurrencia en Brasil.

Además, el árbol está ampliamente distribuido por toda América del Sur y Central. Crecen en las orillas de arroyos y lagos por ser una especie de perfil hidrófilo. Entonces, aparecen en terrenos húmedos, arcillosos con abundante materia orgánica y que sufren inundaciones periódicas.

Es un árbol de porte mediano, dioico (que presenta individuos que producen apenas flores unisexuales, pistiladas o estaminadas), llegando hasta 20 metros de altura. Su tronco es recto o levemente retorcido, tiene corteza gruessa, asurcada, sulcada y descamante, de color gris oscura a castanho oscura, agrietado y tiene hasta 1,4 metros de diametro. Sus ramas son finas, delgadas, con terminaciones flexibles.

Posee follaje caducifolio y pendular de coloración verde claro. Sus hojas son glabras, simple, alternadas y aserradas que caen en invierno y miden hasta 15 cm de largo.

Presenta inflorescencia amentácea, pendular de hasta 7 cm de largo. Las flores masculinas y femeninas son pequeñas, aclamídeas /desnudas y con nectários. Las masculinas presentan de 4 a 10 estambres, mientras que las femeninas presentan pistilo con ovario unilocular. Su periodo de floración depende de la región, en julio (Mato Grosso do Sul), de agosto a octubre (Rio Grande do Sul) o de setiembre a noviembre (Paraná).

Sus frutos son del tipo cápsula, ovoides, subleñosos, de hasta 5 mm de largo por 2 mm de ancho, con aperturas en 2 a 4 partes, que contienen numerosas semillas. Sus semillas son diminutas, negras, de 1 mm de largo, envueltas por pelos largos, semellantes al algodón. Los frutos maduran en agosto (Mato Grosso do Sul) o de octubre a enero (Rio Grande do Sul), dependendo de la región.

La reproducción de la especie ocurre naturalmente por medio de la germinación de las semillas sueltas en locales que tengan agua corriente. Por otro lado, la reproducción para la arborización urbana ocurre por medio de la plantación de ramos, una técnica de clones utilizada hace miles de años. Para esa práctica, se orienta usar estacas de 30 cm, obtenidas de ramos terminales, produzidos en el mismo año y con plantación inicial de 70 a 90 días. También es posible la plantación a partir de la germinación de semillas de 15 a 60 días, transplantarlas para recipientes individuales entre 4 a 6 semanas y trasladarla definitivamente a partir de los seis meses. Se propagan de forma natural, amplia y eficiente a través de

A propagação natural é muito eficiente, com uma dispersão ampla, através de anemocoria, o sea, el viento produce el transporte de las semillas.

El sauce es muy utilizado en la reforestación tanto de zonas proximas de ríos y arroyos como de zonas urbanas, a veces es confundida con el Salix babylonica L. o con el Salix spp.  La región sur de Brasil, por presentar un verano seco y un invierno húmedo, se indica que la plantación de las mudas ocurra entre mayo y agosto, porque hay mayor probabilidad de sobrevivencia ya que la tierra está húmeda.

Además, presenta un papel relevante en la fijación de márgenes de ríos, por eso es indicado para la recuperación de ecosistemas costeros.

Esa especie posee una importancia melífera e posee un sistema de polinización a través de la de entomofilia, es decir, sus flores son polimizadas por insectos.

Su uso en la medicina popular también es relevante como la infusión, pues tiene la salicina, con propiedades febrífuga, sedativa y antiespasmódica. Además de eso, é utilizada como especie ornamental, principalmente, en la arborización urbana. Podemos destacar otros usos del sauce, como en la carpinteria, la tornería y la fabricación de baúles, pues su madera es liviana, con una densidad de 490 Kg/m3, su color va de branco-rosada hasta castanho-rosada. Las ramas flexibles son usadas en la confección de canastos.

Responsáveis pela tradução: Profª. Dra. Maria do Socorro de Almeida Farias Marques (docente colaboradora), Andrea Alfonsina Rivero Sottimano (discente voluntária) e Rodrigo Moraes (discente voluntário). 

 

SALSEIRO (English)

The Salseiro is a tree characteristic of swampy areas and the banks of natural water bodies. The species is also known by several other popular names, such as Willow, Salso, Chorão or Salso-salseiro. It also belongs to the Salicaceae family and is scientifically known as Salix humboldtiana Willd. and is a naturally occurring plant in Brazil. Salseiro is a tree that is widely distributed throughout South and Central America, occurring very frequently on the banks of watercourses, lakes or reservoirs, and is an aquatic pioneer species. It naturally occurs in alluvial soils, which are very humid, muddy and deep, with a texture that varies from sandy to sandy-clayey, with a high water table. The drainage of these soils is extremely variable and they are subject to periodic flooding.

It is a medium-sized, dioecious tree (which has individuals that produce only unisexual, pistillate or staminate flowers) and can reach a height of up to 20 metres. The trunk is straight or slightly crooked, short in relation to its height, the outer bark is thick, furrowed and peeling, greyish-brown to dark brown in colour, with obvious longitudinal fissures, the terminal branches are flexible and slender. Short stem, up to 1.4 metres in diameter.

This species has deciduous foliage, i.e., its leaves fall off during the winter and re-sprout with simple, alternate, linear-lanceolate leaves up to 15cm long by 1.5cm wide, glabrous and light green in colour. Inflorescences are pendulous, up to 7cm long. The pistillate and staminate flowers are inconspicuous (tiny), aclamid (naked) and have nectaries. The staminate (male) flowers have 4 to 10 stamens, while the pistillate (female) flowers have a pistil with a unilocular ovary. Its flowering period depends on the region, in July (Mato Grosso do Sul), August to October (Rio Grande do Sul) or September to November (Paraná).

Its fruits are capsule-shaped, ovoid, subwoody, up to 5mm long by 2mm wide, with dehiscence in 2 to 4 valves, enclosing numerous seeds. The seeds are tiny, black, 1mm long, light and surrounded by long, cotton-like hairs. The fruit ripens in August (Mato Grosso do Sul) or October-January (Rio Grande do Sul), depending on the bibliography.

Reproduction of the species occurs naturally through the germination of seeds dispersed in shallow, flowing waters, as well as in waterlogged soils, generally forming pure communities. Reproduction for use in urban afforestation, on the other hand, is mostly through branch cuttings, a cloning technique that has been used for millennia. We suggest 30cm cuttings, obtained from terminal branches, produced in the same year, with the cuttings rooting in 70 to 90 days. Seeds can also be sown in beds, with germination taking place between 15 and 60 days, repotting into individual containers between 4 and 6 weeks and definitive planting after six months. Natural propagation is very efficient, with wide dispersal through anemochory, i.e. its seeds have hairs that are carried by the wind. It is widely used in the reforestation of riverside vegetation and also in urban afforestation, and is commonly confused with the Weeping Willow (Salix babylonica L.) and the Osier (Salix spp). In southern Brazil, due to its dry summers and wet winters, it is recommended that seedlings are planted between May and August, when there is a greater chance of survival, as there is a higher concentration of moisture in the soil.

Salseiro plays an important role in fixing the banks of watercourses and is suitable for restoring degraded coastal ecosystems. This species is important as a mellifer, since it is nectariferous and has an entomophilous pollination system, i.e., its flowers are pollinated by insects.

It is used in traditional folk medicine to infuse its bark with salicin (salicylic acid), which has antifebrifuge, sedative and antispasmodic properties. It is also used as an ornamental species, mainly in urban tree planting. Among other uses, it is used in carpentry, joinery, turnery and the manufacture of crates, os its wood is considered light, with a density of 490Kg/m3, and a pinkish-white to pinkish-brown colour. The flexible branches are used to make baskets.

Responsável pela tradução: Andrea Alfonsina Rivero Sottimano (discente voluntária).

 

Texto Salseiro interpretado na Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS.

Intérprete de Libras: Ana Carolina da Rosa Machado (colaboradora externa)

Responsável pela gravação e edição: Norton Cardia Simões (colaborador interno)

Link de acesso: https://drive.google.com/file/d/1gRnfCsaRG3-JedtMHEXqYBIfL5ip3r4P/view?usp=sharing

 

Texto Salseiro em áudio

Narrador: Hélio Ramirez Farias (colaborador externo)

Responsável pela gravação e edição: Norton Cardia Simões (colaborador interno)

Link de acesso: https://drive.google.com/file/d/1pgm01bc09u3C01nWrh7gMj2qP4p7NL7u/view?usp=sharing