JERIVÁ (Português)
O Jerivá, cujo nome científico é Syagrus romanzoffiana (Chamisso) Glassman, pertence à família Arecaceae, também conhecida popularmente como Jarivá e Coquinho, ocorre desde o Norte do Brasil até o Rio Grande do Sul. Nos países da América do Sul (Uruguai, Paraguai e Argentina) também são encontradas e conhecidas como Pindó e Chirivá. Ela é bastante apreciada tanto pelo seu valor ornamental quanto pela importância ecológica e econômica.
Etimologicamente, “Syagrus” tem sua origem no latim, que significa uma palmeira qualquer, já o termo “romanzoffiana” é uma homenagem ao conde N. Romanzoff, embaixador do Império Russo protetor das ciências, das artes e do comércio. Ele financiou a expedição russa Rurik, de 1815, a qual contou com a participação do botânico e poeta Adelbert von Chamisso que coletou a referida palmeira no Brasil. Ademais, o nome Jerivá vem de “Yarivá”, que por sua vez procede de “yarib” e “uá”, que significa frutos que dão em espádice, ou segundo outros, de “yari” (gomoso) e “ya” (fruto). Já Pindó, mais usado nos países platino, deriva também de línguas dos povos originários (guaranis), que remete planta com folhas que juntam na sua extremidade. Daí a origem de palavra pindorama (terra das palmeiras).
O Jerivá é uma palmeira de médio a grande porte, podendo atingir até 20 metros de altura. Seu caule (ou estipe) é reto, de coloração cinzenta, e com marcas de cicatrizes das folhas caídas. As folhas são grandes e pinadas, podendo medir até 4 metros de comprimento, com folíolos dispostos em fileiras lineares, o que lhe confere uma aparência elegante. As inflorescências são ramificadas e surgem abaixo da copa, sendo polinizadas por insetos. Seus frutos são drupas ovais, de coloração alaranjada ou amarelada quando maduros, medindo cerca de 2 a 3 cm.
A floração do Jerivá ocorre quase o ano inteiro, com maior intensidade entre os meses de setembro e março, e a maturação dos frutos ocorre principalmente entre os meses de novembro e janeiro, no período em que as temperaturas e a precipitação são mais elevadas. As flores agrupam-se em inflorescências interfoliares, protegidas por um tegumento acanoado, que mede de 1,2 m a 1,6 m de comprimento. Espádice (cacho) de 80-120 cm de comprimento. Os frutos são lisos, carnosos, amarelo-alaranjados e com polpa fibrosa, e atraem uma grande variedade de animais, incluindo aves, mamíferos e insetos. Essa relação com a fauna torna a Jerivá uma espécie importante para a manutenção da biodiversidade local.
A propagação do Jerivá se dá por meio de suas sementes. A germinação é lenta, podendo levar de 2 a 6 meses. Para acelerar esse processo, recomenda-se realizar a escarificação das sementes (quebra da dormência mecânica) ou deixá-las de molho em água por alguns dias antes do plantio. Quanto ao cultivo, a espécie prefere solos bem drenados e ricos em matéria orgânica, mas pode se desenvolver em uma ampla variedade de condições de solo, desde que não sejam muito compactados. Ele aprecia climas quentes e úmidos, mas também é tolerante ao frio e a períodos curtos de seca. Por ser uma planta de crescimento lento nos primeiros anos, é importante que o solo seja mantido úmido e livre de competição com outras plantas.
O Jerivá apresenta diversas aplicações. Em áreas urbanas, é amplamente utilizado como planta ornamental, devido à sua beleza e imponência. Os frutos são comestíveis e podem ser consumidos in natura ou utilizados para a produção de licores e doces. Seu tronco também é utilizado em construções rurais e artesanatos, enquanto as folhas são aproveitadas na confecção de coberturas para abrigos temporários. No Brasil, em algumas regiões, o palmito dessa palmeira é muito apreciado, embora apresente gosto ligeiramente amargo. É indicada na medicina popular como diurética, contra o amarelão e diarreia. Além disso, por se tratar de uma planta nativa e resistente, é indicada para recuperação de áreas degradadas e reflorestamento de matas ciliares, auxiliando na proteção de nascentes e no combate à erosão do solo. Sua capacidade de adaptação a diferentes condições ambientais a torna uma espécie valiosa para projetos de restauração ecológica.
Fontes:
CABRAL, Elsa Leonor; CASTRO, Marcelo. Palmeras Argentinas – Guía para el reconocimiento. 1ª Ed. Buenos Aires: L.O.L.A., 2007.
CAMPOS, Humberto de. Enciclopédia Agrícola Brasileira Vol. 1. São Paulo: ESALQ, 1995.
CARVALHO, Paulo Ernani Ramalho. Espécies arbóreas brasileiras. Brasília: Embrapa Informação Tecnológica; Colombo: Embrapa Florestas, 2003. (Coleção Espécies Arbóreas Brasileiras, v.1).
LORENZI, Harri; BACKER, Luis Benedito; TORRES, Mario Antonio Virmond. Árvores e arvoretas exóticas no Brasil. Nova Odessa: Inst. Plantarum de Estudos da Flora, 2018.
LORENZI, Harri; LACERDA, Marco Túlio Côrtes de.; BACHER, Luis Benedito. Frutas no Brasil nativas e exóticas (de consumo in natura). São Paulo: Inst. Plantarum de Estudos da Flora, 2015.
MERCEDES, Rivas; BARBIERI, Rosa Lía. Boas práticas de manejo para o extrativismo sustentável do butiá. Brasília DF: Embrapa, 2014.
RIFFLE, Robert Lee; CRAFT, Paul; ZONA, Scott. The Encyclopedia of Cultivated Palms. 2ª Ed. Portland: Timber Press, 2012.
ROSS, Pablo; MUÑOZ, Julio Eduardo; CRACCO, Pedro. Flora Indígena del Uruguay. 3ª Ed. Montevideo: Editorial Hemisferio Sur,2018.
Responsáveis dados técnicos: Hélio Ramirez Farias (colaborador externo) e Lauís Brisolara Corrêa (colaborador externo).
Responsáveis produção textual: Francielle de Lima (coordenadora), Ariane Ferreira Clavijo (discente bolsista), Giovana de Oliveira (discente voluntária), Jerusa Vieira Urrutia (discente voluntária) e Pablo Gabriel de Muniz Correa (discente voluntário).
PINDÓ (Espanõl)
La Pindó, cuyo nombre científico es Syagrus romanzoffiana (Chamisso) Glassman, pertenece a la familia Arecaceae, también conocida en menor medida como Palma Chirivá o Cocotero Plumoso, se encuentra desde el norte de Brasil hasta Rio Grande del Sur. En los países de América del Sur (Uruguay, Paraguay y Argentina) también se encuentran y se conocen como Pindó y Chirivá. Es muy apreciado tanto por su valor ornamental como por su importancia ecológica y económica.
Etimológicamente, “Syagrus” tiene su origen en el latín, que significa cualquier palmera, mientras que el término “Romanzoffiana” es un homenaje al conde N. Romanzoff, embajador del Imperio ruso protector de las ciencias, las artes y el comercio. Financió la expedición rusa Rurik de 1815, que contó con la participación del botánico y poeta Adelbert von Chamisso, quien recolectó la palmera antes mencionada en Brasil. Además, el nombre Jerivá proviene de “Yarivá”, que a su vez proviene de “yarib” y “uá” = frutos que llevan en espádice, o según otros, de “yari” (gomoso) y “ya” (fruto). La Pindó, por su parte, más utilizado en los países platinos, también deriva de las lenguas de los pueblos originarios (guaraní) = planta con hojas que se unen en su extremo. De ahí el origen de la palabra pindorama (tierra de palmeras).
La Pindó es una palmera de tamaño mediano a grande, y puede alcanzar hasta 20 m de altura. Su tallo es recto, de color gris y con marcas de cicatrices de hojas caídas. Las hojas son grandes y pinnadas, y pueden llegar a medir hasta 4 m de longitud, con folíolos dispuestos en filas lineales, lo que le da un aspecto elegante. Las inflorescencias son ramificadas y aparecen por debajo de la corona, siendo polinizadas por insectos. Sus frutos son drupas ovaladas, de color naranja o amarillento en su madurez, que miden unos 2 a 3 cm.
La floración de la Pindó ocurre casi todo el año, con mayor intensidad entre los meses de setiembre y marzo, y la maduración de los frutos ocurre principalmente entre los meses de noviembre y enero, en el período cuando las temperaturas y las precipitaciones son más altas. Las flores se agrupan en inflorescencias interfoliares, protegidas por un tegumento acanalado, que mide de 1,2 m a 1,6 m de longitud. Espádice (racimo) de 80-120 cm de largo. Los frutos son lisos, carnosos, de color amarillo anaranjado y con pulpa fibrosa, y atraen a una amplia variedad de animales, incluyendo aves, mamíferos e insectos. Esta relación con la fauna hace de la Pindó una especie importante para el mantenimiento de la biodiversidad local.
La propagación de la Pindó se lleva a cabo a través de sus semillas. La germinación es lenta y puede tardar de 2 a 6 meses. Para acelerar este proceso, se recomienda escarificar las semillas (romper la latencia mecánica) o remojarlas en agua durante unos días antes de plantar. En cuanto al cultivo, la especie prefiere suelos bien drenados y ricos en materia orgánica, pero puede prosperar en una amplia variedad de condiciones de suelo, siempre que no estén demasiado compactados. Aprecia los climas cálidos y húmedos, pero también es tolerante al frío y a los cortos períodos de sequía. Debido a que es una planta de crecimiento lento en los primeros años, es importante que el suelo se mantenga húmedo y libre de competencia con otras plantas.
La Pindó tiene varias aplicaciones. En las zonas urbanas, es muy utilizada como planta ornamental, debido a su belleza y grandeza. Los frutos son comestibles y pueden consumirse al natural o utilizarse para la producción de licores y dulces. Su tronco también se utiliza en construcciones rurales y artesanías, mientras que las hojas se utilizan en la confección de cubiertas para refugios temporales. En Brasil, en algunas regiones, el palmito de esta palmera es muy apreciado, aunque tiene un sabor ligeramente amargo. Está indicado en la medicina popular como diurético, contra la ictericia y la diarrea. Además, al ser una planta autóctona y resistente, está indicada para la recuperación de zonas degradadas y la reforestación de bosques de ribera, ayudando a proteger los manantiales y combatir la erosión del suelo. Su capacidad para adaptarse a diferentes condiciones ambientales lo convierte en una especie valiosa para proyectos de restauración ecológica.
Responsáveis pela tradução: Profª. Dra. Maria do Socorro de Almeida Farias Marques (docente colaboradora), Andrea Alfonsina Rivero Sottimano (discente voluntária) e Rodrigo Moraes (discente voluntário).
JERIVÁ (English)
The Jeriva tree whose scientific name is Syagrus romanzoffian, alson known as Jerivá and Coquinho, is found from the north to south of Brazil. In South America countries (Uruguay, Paraguay and Argentina) they area also found and known as Pindó and Chirivá. It is very apprecited not only for its ornamental value but also for its ecologycal and economic. Importance.
Etymologically, Syagrus has its origin in Latin Language which means any palm tree. But the term romanzoffiana is a special trubute to the Count N. Ramanzoff, the Russian Empire Embassador, the science, art and tradep rotector. He sponsered the russian expedition, in 1815, along with Adelbert von Chamisso, the botanic and poet, who collected the só mantioned palm tree. Furthermore, Jerivá name comes from Yarivá, that in turn comes from yarib and ua= fruit that blossom from aspadix, or according to others, from yari (gummy)and ya (fruit). About Pindó, is more used in Platinum countries, that comes from the native peoples(guaranis)) = plants wiht leaves that joinis extremity. So the origin of the word pindorama (land of palm trees).
The Jerivá is a medium and big size palm tree, reaching to 20 m tall (65 feet) tall. Its tem is straight, grey color and scars marks in the fallen leaves. The leaves are big and pin-setted. Reachingto 4m (13 feet) legth, with leaflets arranged in a linear row, which gives a elegant look. The inflorescences are branched and appear under the top, being pollinated by the insects. Its fruits in orange or yellow colored when matured about 2 or 3 cm (0.78 or 1.18 inches).
The flowering of Jerivá occurs almost in the whole year. More intense among the months of september and march and the maturation of the fruits occur mainly among the moths of november and january. In this period the the temperatures and the rain are more intense. The flowers will group together in interleave inflorescences, protected by a canoed tegument, which measures from 1,2 m to 1,6 m de comprimento (472.00 to 630.00 inches length). The spadix (bunch) de 80-120 cm de comprimento (31.5 to 47.2 inches legth). The fruits are smooth, fleshy, yellow-oranged, with fibrous pulp. The fruits attract a variety of animals which include birds, mammals and insects. This relation with Fauna tunr the Jerivá tree an imnportant specie for the local biodiversity maintenance.
The scattering of Jerivá happens through its seeds. The germination is slow, taking two to 6 months. To speed up this process, it is recommended to make the seeds scarification (mechanical dormency break) or leave them in water before plantation. About the cultivation, this tree prefers well drained soils rich in organic matter, but it can develop itself in a great variety of soil. Sice they are not much compressed. It apreciate humid and hot climate, but it is also tolerante to cold and periods of dought times. Because this plant grows slowly, it is important to keep the it humid and far from other plants.
The Jerivá presents many applications. In urban areas it is widely used as ornamental plant, due to its beauty and grandeur. The fuits are eatable and can be consumed in natura or used in the production of liquors and sweets. Ots trunk is used in rural constructions and craftsmanship, while the leaves are used in the manufacting of temporary shelters. In some Brazilian regions, the plam heart of this tree is appreciated, presenting a bitter taste, though. It is used like diuretic, popularly, yellowing desease, diarrhea. Besides this, as it a native and resistent plant, it is suitable for recupoeration of degraded areas and reforestation of ciliated woodlands. This tree helps to protect headwaters and combat the soil erosion. Its adapting capacity to a different invironment turns it very special for ecological restauration.
Responsável pela tradução: Cláudio Alves (colaborador interno).
Texto Jerivá interpretado na Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS.
Intérprete de Libras: Ana Carolina da Rosa Machado (colaboradora externa)
Responsável pela gravação e edição: Norton Cardia Simões (colaborador interno)
Link de acesso: https://drive.google.com/file/d/1D6RkTzJmlPgN_2kE1IPhqfNdpgu1xXet/view?usp=sharing
Texto Jerivá em áudio
Narrador: Hélio Ramirez Farias (colaborador externo)
Responsável pela gravação e edição: Norton Cardia Simões (colaborador interno)
Link de acesso: https://drive.google.com/file/d/1WDiXw4QkDJdTpsgis0fXSJLnwPYcE7_K/view?usp=sharing