O curso superior de tecnologia em Gestão de Turismo da Unipampa teve início no primeiro semestre de 2010. Assim como a nova universidade, o curso vem sendo construído com vistas à formação superior de profissionais no âmbito das tecnologias a serem aprimoradas no país. As particularidades geográficas de onde está instalado o curso tem apontado para uma série de características:
- Fronteira
O município de Jaguarão está fortemente caracterizado pela fronteira com o correspondente uruguaio: Rio Branco. Essas cidades-gêmeas possuem aspectos peculiares em relação à cultura e patrimônio que passam a contar com uma orientação em nível de Ensino, Pesquisa e Extensão através do campus Jaguarão e por onde o curso de Gestão em Turismo se volta.
- Relações InterUniversitárias
A Lagoa Mirim, corpo d’água que integra o Brasil e o Uruguai, também integra três Universidades Federais: Universidade Federal do Pampa (Unipampa), Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e Universidade Federal de Rio Grande (FURG). Ambas as instituições contam com cursos superiores na área do Turismo e tem trilhado os primeiros apontamentos em prol de uma integração no âmbito do Ensino Superior e Pesquisa brasileiros.
- Intercampi
A Unipampa se constitui em uma proposta Multicampi. Dez municípios alocam os campus desta nova universidade pública brasileira. Nesse contexto, as relações entre os municípios que se distribuem entre toda a fronteira Brasil-Uruguai e parte da fronteira Brasil-Argentina, os diferentes cursos passam a buscar através das agendas internas da Unipampa, projetos, programas e outros construtos referentes à temática de fronteira e do desenvolvimento da Metade Sul do Rio Grande do Sul, extremo Sul do Brasil.
- Pampa humano
O bioma, como é conhecido pelas ciências da natureza, possui características históricas muito peculiares no contexto da formação das fronteiras sulamericanas. De bioma à identidade cultural, o Pampa se constitui por tradições, costumes, paisagens e possibilidades a serem trabalhadas pela ótica do turismo. Se destacam as atividades no espaço rural, dentro das perspectivas da pluriatividade enquanto alternativa às oscilações agropecuárias e suas repercussões no território; as atividades náuticas e hidroviárias, para espaços lindeiros de corpos d’água navegáveis; as atividades culturais, relacionadas ao rico patrimônio arquitetônico e aos costumes que extrapolam os limites dos Estados-nação, dando à fronteira um novo sentido à condição periférica herdada; as atividades de comércio fronteiriço, fortemente atribuídas ao contexto macroeconômico da globalização e das moedas brasileira e uruguaia.
- Futuro
O turismo se constitui em uma lente para a compreensão da forte dinâmica pela qual passa o mundo contemporâneo. Transdisciplinaridade, transversalidade e outras atribuições integradoras podem ser exploradas por esse fenômeno, repercutindo na sociedade de um local e suas relações com o outro. O turismo enquanto esperança condicional exige quebra de paradigmas em busca de sua própria epistemologia no contexto científico, mas principalmente nas interações sociais desde a base territorial.