TIMBAÚVA (Portugês)
A Timbaúva é popularmente conhecida como Orelha-de-macaco, Tamboril e Morango. Carrega o nome científico de Enterolobium contortisiliquum (Vellozo) Morong e pertence à família Fabaceae Mimosoideae. É popular nos países da América do Sul como no Uruguai (Timbó), na Colômbia (Cara caro), na Argentina (Pacará) e na Bolívia (Toco).
O termo “Enterolobium” vem do grego “énteron” que significa intestino e “lobion”, diminutivo de lobos, que remete a bainha, vagem. O fruto é uma vagem retorcida; já o termo “contortisiliquum” significa “síliqua retorcida”. O nome popular Timbaúba vem do tupi, timbó-yba (árvore de espuma), em alusão à espuma que produz o fruto.
A árvore pode atingir entre 10 e 30 metros, com um tronco robusto e diâmetro que pode ultrapassar 1 metro. Sua casca externa é lisa, mas pontilhada por abundantes lenticelas grandes (1 cm) dispostas transversalmente na árvore jovem, ou persistente e escassamente fissurada na árvore velha, cinza-clara e pardo-acinzentada, com presença de protuberâncias peridérmicas. A casca interna é fibrosa e rosada.
As folhas da Timbaúva são compostas, bipenadas, alternas e formadas por folíolos pequenos, com uma coloração verde-brilhante que se destaca na paisagem. Suas flores são pequenas, geralmente brancas ou amarelas, e formam inflorescências em cachos, atraindo diversos polinizadores. A floração, no Rio Grande do Sul, costuma acontecer de outubro a fevereiro. Os frutos são vagens longas e espiraladas, que contêm sementes que se dispersam ao serem liberadas. Seus frutos amadurecem de maio a setembro.
A polinização da espécie ocorre principalmente por abelhas e vários outros insetos pequenos, fazendo com que a dispersão de seus frutos ocorra através de mamíferos terrestres ou pela gravidade (zoocórica e autocórica). A colheita deve ser feita quando o fruto muda da coloração verde para a preta. É indicado que a extração de sementes seja feita de forma manual e que a dormência seja quebrada para que haja uma semeadura benéfica. Recomenda-se semear em sacos de polietileno ou em tubetes de polipropileno ou em sementeira, para posterior repicagem.
A Timbaúva desempenha um papel crucial nos ecossistemas em que se encontra. Suas flores são uma fonte importante de néctar para abelhas e outros polinizadores, contribuindo para a manutenção da biodiversidade. Além disso, a árvore oferece abrigo e alimento para diversas espécies de aves e mamíferos. Suas raízes ajudam na fixação do solo, prevenindo a erosão e melhorando a estrutura do solo. Por ser uma espécie nitrogenofixadora, que significa que contribui para a fertilidade do solo, beneficia outras plantas ao seu redor.
A madeira da Timbaúva pode ser usada para brinquedos, colmeias, em construções naval e civil (muito procurada para esquadrias, tabuado e ripado), portões corrediços, portas, venezianas, carpintaria em geral, modelos de fundição, pranchetas, embalagens e caixotarias leves, palitos de fósforos, lápis, urna funerária; canoas de tronco inteiro e embarcações, entalhes e esculturas, gamelas, cochos, chapas compensadas, miolo de portas e painel. As raízes, longas e grossas, servem para fazer jangadas. A espécie por possuir elevado percentual de saponinas serve para a produção de sabão caseiro. Suas flores são melíferas, porém contém restrições ao uso de sua fava que é considerada tóxica ao gado.
Como visto, a Timbaúva é uma árvore de grande importância tanto do ponto de vista ecológico quanto botânico. Sua contribuição para a biodiversidade, a fertilidade do solo e a estrutura dos ecossistemas a torna uma espécie valiosa para a conservação ambiental.
Fontes:
BURKART, A. Leguminosas mimosoideas. Itajaí: Herbário Barbosa Rodrigues, 1979.
CABRAL, Elsa Leonor; CASTRO, Marcelo. Palmeras Argentinas – Guía para el reconocimiento. 1ª Ed. Buenos Aires: L.O.L.A., 2007.
CAMPOS, Humberto de. Enciclopédia Agrícola Brasileira Vol. 1. São Paulo: ESALQ, 1995.
CARVALHO, Paulo Ernani Ramalho. Espécies arbóreas brasileiras. Brasília: Embrapa Informação Tecnológica; Colombo: Embrapa Florestas, 2003. (Coleção Espécies Arbóreas Brasileiras, v.1).
LORENZI, Harri; BACKER, Luis Benedito; TORRES, Mario Antonio Virmond. Árvores e arvoretas exóticas no Brasil. Nova Odessa: Inst. Plantarum de Estudos da Flora, 2018.
LORENZI, Harri; LACERDA, Marco Túlio Côrtes de.; BACHER, Luis Benedito. Frutas no Brasil nativas e exóticas (de consumo in natura). São Paulo: Inst. Plantarum de Estudos da Flora, 2015.
MERCEDES, Rivas; BARBIERI, Rosa Lía. Boas práticas de manejo para o extrativismo sustentável do butiá. Brasília DF: Embrapa, 2014.
RIFFLE, Robert Lee; CRAFT, Paul; ZONA, Scott. The Encyclopedia of Cultivated Palms. 2ª Ed. Portland: Timber Press, 2012.
ROSS, Pablo; MUÑOZ, Julio Eduardo; CRACCO, Pedro. Flora Indígena del Uruguay. 3ª Ed. Montevideo: Editorial Hemisferio Sur,2018.
Responsáveis dados técnicos: Hélio Ramirez Farias (colaborador externo) e Lauís Brisolara Corrêa (colaborador externo).
Responsáveis produção textual: Francielle de Lima (coordenadora), Ariane Ferreira Clavijo (discente bolsista), Giovana de Oliveira (discente voluntária), Jerusa Vieira Urrutia (discente voluntária) e Pablo Gabriel de Muniz Correa (discente voluntário).
TIMBÓ (Español)
El Timbó es popularmente conocido como Orelha-de-macaco, Tamboril y Morango o Pacará. Su nombre científico es Enterolobobium contortisiliquum (Vellozo) y pertenece a la familia Fabaceae Mimosoideae. Es popular en los países de América del Sur como en Uruguay (Timbó), en Colombia (Cara caro), en Argentina (Pacará) y en Bolivia (Toco).
El término “Enterolobium” viene del griego “énteron” que significa intestino y “lobion”, diminutivo de lobos, que remite a vainas. Su fruto es una vaina retorcida; el término “contortisiliquum” significa “síliqua retorcida”. Su nombre popular Timbó viene del tupi, timbó-yba (árbol de espuma), porque hace referencia a la espuma que es producida por sus frutos.
El árbol puede a una altura que va desde 10 a 30 metros, posee un tronco robusto cuyo diámetro puede traspasar a 1 metro. Su cascara externa es lisa, con puntas abundantes cuando la especie es joven; más escasa y fisurada cuando vieja ya con coloración gris. Internamente es fibrosa y rosada.
Sus hojas son compuestas, alternas y formadas por pequeños folíolos, su color verde brillante se destaca en el paisaje. Sus flores son pequeñas, generalmente blancas o amarillas y forman racimos lo que atrae diversos polinizadores. Su floración, en Rio Grande del Sur, generalmente, ocurre en febrero. Sus frutos son vainas enroscadas con semillas que se dispersan cuando son liberadas. Sus frutos maduran de mayo a setiembre.
La polinización de la especie ocurre principalmente por abejas y también por otros insectos lo que facilita la dispersión de sus semillas. La cosecha debe ser realizadas cuando el fruto cambia de color verde para negro. Es indicado que la extracción de las semillas se haga manualmente. Es recomendable hacer mudas en embalajes de polietileno o en tubos de polipropileno.
El Timbó tiene un papel fundamental en el ecosistema. Sus flores son importantes fuentes de néctar para las abajas u otros polinizadores, lo que contribuye para mantener la biodiversidad. Además, el árbol ofrece abrigo y alimento para diversas especies de aves y mamíferos. Sus raíces ayudan el terreo al prevenir la acción de la erosión, mejorando la estructura de la tierra del local. También se destaca por ser una especie que contribuye para la fertilidad del terreno beneficiando las otras plantas que están a su alrededor.
La madera del Timbó puede ser usada para la confección de juguetes, en las construcción naval y civil, para hacer portones, puertas, ventanas, carpintería en general, embalajes y cajas livianas, palitos de fósforos, lapices, cajones funerarios y otros objetivos de uso cotidiano. Sus raíces son largas y gruesas, sirven para la confección de balsas. La especie por tener un elevado porcentual de saponina sirve para la producción de jabón casero. Sus flores son melíferas, pero con restricciones con relación al uso de su favo, considerado tóxico para el ganado.
En resumen, el Timbó es un árbol de grande importancia desde el punto de vista ecológico hasta el botánico. Su contribución para la biodiversidad, la fertilidad del terreno y las estructuras de los ecosistemas lo destaca como una valiosa especie para la conservación ambiental.
Responsáveis pela tradução: Profª. Dra. Maria do Socorro de Almeida Farias Marques (docente colaboradora), Andrea Alfonsina Rivero Sottimano (discente voluntária) e Rodrigo Moraes (discente voluntário).
TIMBAÚVA (English)
Timbaúva is popularly known as Monkey’s Ear, Anglerfish and Strawberry. It bears the scientific name Enterolobium contortisiliquum (Vellozo) Morong and belongs to the Fabaceae Mimosoideae family. It is popular in South American countries such as Uruguay (Timbó), Colombia (Cara caro), Argentina (Pacará) and Bolivia (Toco).
The term “Enterolobium ‘comes from the Greek ’énteron” meaning intestine and “lobion”, diminutive of lobes, which refers to sheath, pod. The fruit is a twisted pod, while the term “contortisiliquum” means “twisted silique”. The popular name Timbaúba comes from the Tupi, timbó-yba (foam tree), alluding to the foam that the fruit produces.
The tree can reach between 10 and 30 meters, with a sturdy trunk and a diameter that can exceed 1 meter. Its outer bark is smooth, but dotted with abundant large lenticels (1 cm) arranged transversely in the young tree, or persistent and sparsely fissured in the old tree, light gray and grayish-brown, with the presence of epidermal protuberances. The inner bark is fibrous and pinkish.
Timbaúva’s leaves are compound, bipinnate, alternate and made up of small leaflets, with a bright green color that stands out in the landscape. Its flowers are small, usually white or yellow, and form inflorescences in clusters, attracting various pollinators. Flowering in Rio Grande do Sul usually takes place from October to February. The fruits are long, spiral pods containing seeds that disperse when released. The fruit ripens from May to September.
The species is mainly pollinated by bees and various other small insects, which means that its fruit is dispersed by terrestrial mammals or by gravity (zoochoric and autochoric). The fruit should be harvested when it turns from green to black. It is recommended that the seeds are extracted by hand and that dormancy is broken in order to ensure beneficial sowing. It is advisable to sow in polyethylene bags or polypropylene tubes, or in a seedbed for later pricking out.
Timbaúva plays a crucial role in the ecosystems in which it is found. Its flowers are an important source of nectar for bees and other pollinators, helping to maintain biodiversity. The tree also provides shelter and food for various species of birds and mammals. Its roots help fix the soil, preventing erosion and improving soil structure. Because it is a nitrogen-fixing species, which means it contributes to soil fertility, it benefits other plants around it.
Timbaúva wood can be used for toys, beehives, shipbuilding and civil construction (much sought after for window frames, planking and lath), sliding gates, doors, shutters, carpentry in general, foundry models, drawing boards, packaging and light boxes, matchsticks, pencils, funerary urns; full-trunk canoes and boats, carvings and sculptures, troughs, troughs, plywood sheets, door frames and paneling. The long, thick roots are used to make rafts. The species has a high percentage of saponins and is used to make homemade soap. Its flowers are melliferous, but there are restrictions on the use of its pods, which are considered toxic to cattle.
As you can see, Timbaúva is a tree of great importance from both an ecological and botanical point of view. Its contribution to biodiversity, soil fertility and the structure of ecosystems makes it a valuable species for environmental conservation.
Responsável pela tradução: Andrea Alfonsina Rivero Sottimano (discente voluntária).
Texto Timbaúva interpretado na Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS.
Intérprete de Libras: Ana Carolina da Rosa Machado (colaboradora externa)
Responsável pela gravação e edição: Norton Cardia Simões (colaborador interno)
Link de acesso: https://drive.google.com/file/d/1ZoDvexrQ6lThThZQG2hSE3hml_tP5Rhe/view?usp=sharing
Texto Timbaúva em áudio
Narrador: Hélio Ramirez Farias (colaborador externo)
Responsável pela gravação e edição: Norton Cardia Simões (colaborador interno)
Link de acesso: https://drive.google.com/file/d/1poRqfYexSbnNRlqZNckooBLx2FzMH2Ce/view?usp=sharing