TARUMÃ-DE-ESPINHO (Português)
O Tarumã-de-espinho pertence à família Verbenaceae e é nomeado cientificamente de Citharexylum montevidense (Spreng.) Moldenke. No país vizinho (Uruguai) é popularmente conhecida como Tarumán. Consiste em uma árvore nativa de regiões da América do Sul, como o Brasil, Uruguai, Paraguai e Argentina. Sua denominação científica apresenta uma mistura curiosa, sendo que “Citharexylum” vem do grego “xylon”, que significa madeira de cítara (instrumento musical) e “montevidense” corresponde a Montevideo, capital do Uruguai.
Esta espécie é uma árvore de pequeno a médio porte, que pode atingir de 5 a 12 metros de altura. O caule e o tronco da árvore são geralmente de casca fina e acinzentada, que pode se tornar mais rugosa e fissurada com o tempo. Em árvores jovens, a casca tende a ser lisa. Sua copa é arredondada e aberta. As folhas são simples, opostas e de coloração verde intensa. Têm formato elíptico ou oval, medindo de 4 a 10 cm de comprimento e 1 a 4 cm de largura. A margem das folhas pode ser inteira ou ligeiramente serrilhada e a base geralmente é cuneada (estreita-se em direção ao pecíolo). As folhas possuem textura membranácea a coriácea (um pouco rígidas) e são providas de pecíolos curtos.
As flores são hermafroditas e dispostas em inflorescências do tipo racemo, geralmente terminais ou axilares. As inflorescências pendentes são longas, atingindo de 10 a 30 cm de comprimento. As flores são pequenas, com cálice tubular de 4 a 5 mm, corola branca ou esbranquiçada, de cerca de 1 cm de diâmetro, de textura fina e perfumada. Elas apresentam quatro ou cinco pétalas fusionadas e são geralmente perfumadas, atraindo polinizadores como abelhas e borboletas. A floração do Tarumã-de-espinhos ocorre entre os meses de outubro e novembro.
Os frutos são drupas ovóides, de 1 a 1,5 cm de diâmetro, inicialmente de cor verde e tornando-se alaranjados ou avermelhados quando maduros. Essas drupas são carnudas e contêm uma única semente em seu interior. Os frutos são dispersos por aves que se alimentam deles, o que torna a planta uma opção interessante para jardins que buscam promover biodiversidade. Eles amadurecem no período de fevereiro a março e devem ser colhidos diretamente da árvore, assim que iniciar a queda natural. Devem ser deixados em repouso por uns dias e após, retirar suas sementes através de lavagem em água corrente. É recomendado que a semeadura seja feita em canteiros a meia-sombra. Igualmente, as gemas nascidas junto as raízes podem ser plantadas.
A árvore é bastante valorizada em projetos de paisagismo, tanto em áreas urbanas quanto em jardins residenciais. Sua folhagem densa e suas flores perfumadas e vistosas, dispostas em longas inflorescências, fazem dela uma escolha popular para a ornamentação. Além disso, seu porte médio a pequeno permite o uso em calçadas, parques e praças.
Por ser uma espécie resistente a variações de solo e clima, o Tarumã-de-espinho é frequentemente utilizado em programas de recuperação ambiental e reflorestamento. Ele ajuda a restaurar áreas degradadas.
Em algumas regiões, a espécie é utilizada na medicina popular. As folhas e a casca da árvore são empregadas em infusões ou chás com propriedades anti-inflamatórias, cicatrizantes e analgésicas, sendo aplicadas para tratar problemas de pele, feridas e inflamações.
Embora sua madeira não seja de alta densidade, pode ser utilizada para pequenas construções, confecção de móveis leves ou trabalhos artesanais. A durabilidade e a coloração da madeira permitem a fabricação de objetos decorativos. Ela também pode ser empregada na produção de lenha em áreas rurais.
Fontes:
CABRAL, Elsa Leonor; CASTRO, Marcelo. Palmeras Argentinas – Guía para el reconocimiento. 1ª Ed. Buenos Aires: L.O.L.A., 2007.
CAMPOS, Humberto de. Enciclopédia Agrícola Brasileira Vol. 1. São Paulo: ESALQ, 1995.
CARVALHO, Paulo Ernani Ramalho. Espécies arbóreas brasileiras. Brasília: Embrapa Informação Tecnológica; Colombo: Embrapa Florestas, 2003. (Coleção Espécies Arbóreas Brasileiras, v.1).
LORENZI, Harri; BACKER, Luis Benedito; TORRES, Mario Antonio Virmond. Árvores e arvoretas exóticas no Brasil. Nova Odessa: Inst. Plantarum de Estudos da Flora, 2018.
LORENZI, Harri; LACERDA, Marco Túlio Côrtes de.; BACHER, Luis Benedito. Frutas no Brasil nativas e exóticas (de consumo in natura). São Paulo: Inst. Plantarum de Estudos da Flora, 2015.
MERCEDES, Rivas; BARBIERI, Rosa Lía. Boas práticas de manejo para o extrativismo sustentável do butiá. Brasília DF: Embrapa, 2014.
RIFFLE, Robert Lee; CRAFT, Paul; ZONA, Scott. The Encyclopedia of Cultivated Palms. 2ª Ed. Portland: Timber Press, 2012.
ROSS, Pablo; MUÑOZ, Julio Eduardo; CRACCO, Pedro. Flora Indígena del Uruguay. 3ª Ed. Montevideo: Editorial Hemisferio Sur,2018.
Responsáveis dados técnicos: Hélio Ramirez Farias (colaborador externo) e Lauís Brisolara Corrêa (colaborador externo).
Responsáveis produção textual: Francielle de Lima (coordenadora), Ariane Ferreira Clavijo (discente bolsista), Giovana de Oliveira (discente voluntária), Jerusa Vieira Urrutia (discente voluntária) e Pablo Gabriel de Muniz Correa (discente voluntário).
TARUMÃ ESPINOSO (Español)
El “Tarumã espinoso” pertenece a la familia de las Verbenaceae y tiene el nombre científico de Citharexylum montevidense (Spreng.) Moldenke. En el país vecino Uruguay, se le conoce popularmente como Tarumán espinoso o Tarumán con espinas. Consiste en un árbol originario de regiones de América del Sur, como Brasil, Uruguay, Paraguay y Argentina. Su denominación científica presenta una curiosa mezcla, con “citharexylum” proveniente del griego “xylon“, que significa madera de cítara (instrumento musical) y “montevidense” corresponde a Montevideo, capital de Uruguay.
Esta especie es un árbol de tamaño pequeño a mediano, que puede alcanzar de 5 a 12 metros de altura. El tallo y el tronco del árbol suelen ser cortezas delgadas y grisáceas, que pueden volverse más ásperas y fisuradas con el tiempo. En los árboles jóvenes, la corteza tiende a ser lisa. Su copa es redondeada y abierta. Las hojas son simples, opuestas y de color verde intenso. Son de forma elíptica u ovalada, miden de 4 a 10 cm de largo y de 1 a 4 cm de ancho. El margen de la hoja puede ser lleno o ligeramente aserrado, y la base suele ser cuneada (se estrecha hacia el pecíolo). Las hojas tienen una textura membranácea a coriácea (algo rígida) y están provistas de pecíolos cortos.
Las flores son hermafroditas y dispuestas en inflorescencias tipo racimo, generalmente terminales o axilares. Las inflorescencias colgantes son largas, alcanzando de 10 a 30 cm de longitud. Las flores son pequeñas, con un cáliz tubular de 4 a 5 mm, corola blanca o blanquecina, de aproximadamente 1 cm de diámetro, de textura fina y fragante. Tienen cuatro o cinco pétalos fusionados y suelen ser fragantes, atrayendo a polinizadores como abejas y mariposas. La floración de Tarumán espinoso ocurre entre los meses de octubre y noviembre.
Los frutos son drupas ovoides, de 1 a 1,5 cm de diámetro, inicialmente de color verde y que se vuelven anaranjadas o rojizas cuando maduran. Estas drupas son carnosas y contienen una sola semilla en su interior. Los frutos son dispersados por aves que se alimentan de ellos, lo que convierte a la planta en una opción interesante para jardines que buscan promover la biodiversidad. Maduran en el período de febrero a marzo y deben cosecharse directamente del árbol, tan pronto como comience el otoño natural. Se les debe dejar reposar unos días y luego quitarles las semillas lavándolas con agua corriente. Se recomienda que la siembra se realice en camas en semisombra. Asimismo, se pueden plantar yemas nacidas junto a las raíces.
El árbol es muy valorado en proyectos de paisajismo, tanto en zonas urbanas como en jardines residenciales. Su denso follaje y sus flores fragantes y vistosas, dispuestas en largas inflorescencias, lo convierten en una opción popular para la ornamentación. Además, su tamaño mediano a pequeño permite su uso en aceras, parques y plazas.
Debido a que es una especie resistente a las variaciones del suelo y del clima, el Tarumán espinoso se utiliza a menudo en programas de recuperación ambiental y reforestación. Ayuda a restaurar áreas degradadas.
En algunas regiones, la especie se utiliza en la medicina popular. Las hojas y la corteza del árbol se utilizan en infusiones o tés con propiedades antiinflamatorias, cicatrizantes y analgésicas, aplicándose para tratar problemas de la piel, heridas e inflamaciones.
Aunque su madera no es de alta densidad, se puede utilizar para pequeñas construcciones, elaboración de muebles ligeros o artesanías. La durabilidad y coloración de la madera permiten la fabricación de objetos decorativos. También se puede utilizar en la producción de leña en zonas rurales.
Responsáveis pela tradução: Profª. Dra. Maria do Socorro de Almeida Farias Marques (docente colaboradora), Andrea Alfonsina Rivero Sottimano (discente voluntária) e Rodrigo Moraes (discente voluntário).
TARUMÃ OF THORN (English)
The Tarumã of thorns belongs to the family of Verbenaceaeand is named scientifically Citharexylum motevidense (Spreng). Moldenke. In Uruguay, it is known by Tarumán. It is a native tree from South America regions like Brazil, Uruguay, Paraguay and Argentina. Its scientific denomination presents a curious mixture: citharexylum comes from Greek “xylon” that means zither wood (a music instrument) and “montevidense” means Montevideo, the capital of Uruguay.
This tree has medium and small size. It reaches from 5 to 12 meters (16 to 39 feet high). The stem is generally covered by a gray thin shell that can become rougher and fissured as the time passes. In young ones the bark tends to be smooth. Its top is rounded and open. The leaves are simple, opposite and of intese green color. It has elliptical shape or oval, measuring from 4 to 10 cm (1.54 to 3.93 inches) length and from 1 to 4 cm (0.39 to 1.54 inches) width. The leaves margin can be serrated in its whole or partially and the base is generally narrow (its narrow towards to petiole). The leaves have a membranaceae leathery texture (a little rigid) having a short petiole.
The flowers are hermaprodite and arranged in inflorescences of racemo type, generally terminals or pit. The pending inflorescences are log reaching from 10 to 30 cm (3.93 to 11.81 inches) legth. The flowers are small, with a tubiforme cup from 4 to 5 mm (0.15 to 0.19 inches), white or a whitish corolla, about 1 cm (0.39 inches) diameter, of a thin and perfumed texture. They present four or five fused petals and are perfumed generally, which attracts pollinators like bees or butterflies. The flowering occurs in october or november.
The fruit are ovoid drupes from 1 to 5 cm (0.39 to 1.96 inches) diameter. Initially on green color and when mature become red or orange. The drupes are fleshy and contain only one seed. The fuit are eaten by birds which turn it an interesting option to promote biodiversity. They mature from february to march and must be harvested directly from the tree, as soon as the natural drop starts. They must be left at rest for some days an then remove their seeds trhough a current water. It is recomended that the sowing must be done in flowerbeds at half shade. Also, the gems sprouted near the roots can be planted.
This tree is highly valued in ladscaping projects, as in urban areas as in residencial gardens. Its dense foliage and showy perfumed leaves, arranged in long inflorescence make it a popular choice for decoration. Besides, its small and medium size allows the use them in sidewalks, squares and parks.
As it is a resistent specie to a soil and clime variation, teh Tarumã of thorns is frequntly used if projects of invironmental recovery and reforestation. It helps to recover degraded areas.
In some regions it is used as popular medicine. The leaves are prepared as tea and they are anti-inflammatory, healing and analgesic. They also use for skin treatment, wounds and inflammations.
Although its wood does not have a good density, it can be used for small constructions, to make light furniture or craft work. Its durability and the wood coloring allows the manufacturing of decorative objects. It can also be used as firewood in rural areas.
Responsável pela tradução: Cláudio Alves (colaborador interno).
Texto Tarumã-de-espinho interpretado na Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS.
Intérprete de Libras: Ana Carolina da Rosa Machado (colaboradora externa)
Responsável pela gravação e edição: Norton Cardia Simões (colaborador interno)
Link de acesso: https://drive.google.com/file/d/1fuCs-lo-Dexf9gpv6jmTIV7dQPBFb34e/view?usp=sharing
Texto Tarumã-de-espinho em áudio
Narrador: Hélio Ramirez Farias (colaborador externo)
Responsável pela gravação e edição: Norton Cardia Simões (colaborador interno)
Link de acesso: https://drive.google.com/file/d/1-VO8pdMi0Sibq6gXaF7rSaRnyhqNp6on/view?usp=sharing