Experiências com a educação chinesa.

(Imagens cedidas pela acadêmica)
(Imagens cedidas pela acadêmica)

Ana Paula Ramos de Oliveira, que está na China desde setembro deste ano (2013), com bolsa Capes do Programa Ciência Sem Fronteiras, enviou há poucos dias um relato sobre a educação chinesa, que transcrevemos abaixo.

O ensino Chinês é extremamente diferente do que temos em nosso país. Os métodos são impositivos. O orientador possui autoridade, autonomia (mesmo que imposta), é um profissional que tem orgulho do que faz, agrega seus alunos como família, age como “matriarca” ou “patriarca” da classe. Todos os problemas são focados aos seus ouvidos, como por exemplo, motivos de falta, de atrasos, de falta de comprometimento do aluno para com seus estudos, assim o próprio se sente mais cobrado por resultados que sejam mais satisfatórios com objetivo de se tornar um profissional capaz de cobrar de si mesmo resultados melhores.

Os chineses são muito focados em seus estudos desde cedo. Quando crianças começam a estudar outra língua, quase sempre o inglês, juntamente com sua língua mãe, o mandarim. Além do estudo de outros idiomas, eles dedicam uma boa parte do seu tempo, quando jovens, fazendo algum tipo de luta, arte, estudando a cultura.

O acesso aos livros, materiais de estudo, é muito fácil. Até mesmo aos domingos a biblioteca permanece aberta para a comunidade. O incrível de se pensar, é que um povo com tanto acesso a mais diversificada informação, utiliza os mesmos livros que nós, como por exemplo o tão utilizado Halliday, da Física, além de livros de sociologia, história, da cultura da China, da Rússia, de outros países.

Existe muito a se aprender com relação a este país, que traz consigo alguns métodos que poderiam solucionar pequenos problemas de educação em outros lugares do mundo. Para isso, seria necessário mudar o método do aluno pensar e se impor ao seu pensamento, criar uma espécie de amarra intelectual, como fazê-lo perceber que seu maior esforço, deve ser quando se estuda, quando se idealiza um futuro promissor. Sendo necessário, deixar o cansaço de lado, se dedicar a umas 10 horas de estudo, mais leituras extras no dia a dia, manter-se conectado na internet por 24 horas e ser totalmente aberto ao que será solicitado (mandado, imposto, sugestionado).

Com esse método, rejeitado muitas vezes em países como o nosso, a China adquiriu posições alarmantes, quando comparado a outros países, no ranking da educação, economia, negócios, construção civil. Aqui, as construções são finalizadas em um curto período de tempo. Os novos prédios possuem formas avantajadas, de designer sofisticado, algo impressionante aos olhos de quem é nato de um país, aonde se demora em média 3 anos pra se construir a cantina (refeitório) de uma universidade federal, devido problemas de licitações.

Mesmo neste ritmo frenético, nos questionamos por que eles se deixaram levar pelo tempo, porque tradições milenares ainda continuam tão presentes no dia a dia, porque as regras não são questionadas. Mas esses costumes fascinam, agradam, agregam sentimentos e valores, que quem sabe uma democracia extremamente livre, como a brasileira, não repassaria.

“Enfim,estar aqui me faz subtrair, dividir, multiplicar e adicionar cada vez mais. Subtrair as futilidades brasileiras, dividir as experiências da vida, multiplicar o tempo e adicionar cada dia mais cultura, de todos povos e raças que aqui vivem e sobrevivem como eu.”

Fernanda Nunes para a Coordenação Acadêmica.

“É necessário estar comprometido com a educação.”

Foto Entrevista AmandaNo próximo dia 30 de novembro, a acadêmica Amanda Garcia estará recebendo seu diploma de professora de Química pelo curso de Licenciatura em Ciências Exatas do campus Caçapava do Sul.

Amanda que percebeu seu interesse por essa área, quando cursou um semestre de Geofísica, revela que sua principal dificuldade durante a graduação foi conciliar trabalho e estudo. Durante um período, quando a carga horária do curso aumentou, devido a ter que realizar o estágio supervisionado e produzir o TCC ao mesmo tempo em que cursava dois componentes curriculares obrigatórios da área de Química, ela teve que abrir mão do trabalho em detrimento de sua formação.

Passada a formatura, Amanda planeja prestar concursos públicos e continuar sua formação acadêmica, ingressando em algum mestrado na área de Educação em Ciências, como o que existe na própria Unipampa ou na UFSM.

As experiências vividas dentro do curso e principalmente durante os estágios lhe proporcionaram que estivesse mais próxima da profissão docente no dia a dia, e percebesse as dificuldades enfrentadas pelos professores, incluindo suas motivações e frustrações.

Tais aprendizados a fizeram valorizar ainda mais sua formação em Ciências Exatas, percebendo que não há uma forma única de ensinar, que realmente é necessário estar comprometido com a educação, buscando maneiras de inovar e incentivar os alunos para o estudo.

 

Fernanda Nunes para a Coordenação Acadêmica.

 

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