Trabalho é destaque no Portal do Professor do MEC

“No município gaúcho de Bagé, a culinária serviu como apoio ao ensino de química a alunos do período noturno da Escola Estadual de Ensino Médio Silveira Martins. O projeto Química na Cozinha foi desenvolvido no primeiro semestre de 2011 com estudantes da educação de jovens e adultos durante estágio supervisionado da então estudante Milena Severo Esmério, do curso de licenciatura em química da Universidade Federal do Pampa (Unipampa).

O projeto parte da ideia de que a culinária oferece possibilidades de exploração em sala de aula. De forma lúdica, é possível ensinar conteúdos variados de disciplinas como matemática, por meio de medidas ou frações; língua portuguesa, com as receitas de pratos; história ou geografia, com a realização de pesquisas sobre o que se comia em determinadas épocas e quais os pratos típicos de cada país.

Na execução do trabalho, de acordo com o professor Elenilson Freitas Alves, coordenador do projeto, foram aproveitados a vivência dos alunos e os fatos cotidianos para promover a aprendizagem e a construção do conhecimento químico por meio da elaboração e preparação de alimentos. No caso específico, os alunos prepararam bolos e maionese. “É possível trabalhar muitos conceitos químicos com base em produtos in natura ou seus derivados”, diz Elenilson.

Como exemplo, o professor cita o cozimento de grãos, o uso de óleo comestível na preparação das refeições e o processo de manufatura de alimentos, desde a lavoura até a prateleira. “Dessa forma, é possível trabalhar conteúdos químicos como misturas, sistemas, propriedades das substâncias, ligações químicas e estrutura de compostos orgânicos, entre outros”, ressalta. Ao observar a participação dos alunos nas atividades desenvolvidas ao longo do semestre, ele percebeu a ampliação no comprometimento com os estudos. “Por meio das práticas, da análise de textos, dos debates e discussões, os estudantes entenderam a importância dos conceitos de química”, afirma.

Elenilson observa ainda que o tema gerador Química na Cozinha teve grande influência para que a aprendizagem fosse efetivada. “O assunto estava em pauta nas conversas dos alunos, principalmente por que eram pessoas experientes, que têm contato com a culinária no seu dia a dia”, salienta. O professor percebeu também a melhora na compreensão dos conteúdos programáticos ensinados, o que se refletiu na elevação das médias.

“Os alunos precisam ser estimulados com novidades que os tirem da rotina, como trabalhos em grupo, que aproximem os conceitos teóricos aos do cotidiano, e aulas práticas, que favoreçam o processo de ensino-aprendizagem”, diz o professor. Com licenciatura, mestrado e doutorado em química, ele é coordenador do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid) da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) do Ministério da Educação.”

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