Josemari de Quevedo inspirou alunos no curto tempo como contratada e conta sobre os próximos passos da carreira
A professora substituta no curso de Jornalismo da Universidade Federal do Pampa (Unipampa) atua desde dezembro de 2024 no campus de São Borja e encerra seu contrato como substituta em julho próximo. Josemari Poerchke de Quevedo conta como foi sua passagem como docente na Unipampa em São Borja, justamente a sua cidade natal e, em entrevista, ela comenta sua trajetória marcada pela dedicação à comunicação, à política e à pesquisa acadêmica.
Formada em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) em 2006, Josemari conta que a comunicação sempre foi uma paixão presente em sua vida. Ainda na infância, cresceu cercada de revistas, jornais e telejornais, hábito incentivado pelos pais, assinantes da revista Veja. Antes de optar pelo Jornalismo, tentou ingressar no curso de Publicidade, mas, no terceiro ano cursando o ensino médio, já morando em Porto Alegre, percebeu que seu caminho era mesmo a comunicação.
Após um ano de preparação, foi aprovada. O interesse pela política também esteve presente desde cedo. “Ser de São Borja, a cidade dos presidentes, me influenciou muito. A política sempre fez parte da minha vida, e consegui unir isso ao jornalismo, tanto nas minhas pesquisas quanto nas minhas especializações”, conta. Ainda na graduação, conquistou sua primeira bolsa de iniciação científica na área de Comunicação e Política. Desde então, seguiu construindo uma carreira que une mercado e academia.
“Sempre tive a preocupação de equilibrar a prática jornalística com o desenvolvimento intelectual. Acho que essa é uma das minhas marcas: transitar entre esses dois mundos”, diz ela. Josemari é Doutoranda em Comunicação no Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UFSM. Pós-Doutora em Comunicação com projeto sobre A Comunicação das Políticas Públicas de Enfrentamento às Mudanças Climáticas no Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UFSM. Doutora em Políticas Públicas pela UFPR (2015-2019) com pesquisa sobre nanotecnologia. Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Informação da UFRGS (2010). Realizou a pesquisa “Nanotecnologia em Portugal: Governação, Riscos e Participação”, durante estágio de doutorado de um ano no Centro de Estudos Sociais (CES), da Universidade de Coimbra (2016-2017) e, atualmente, professora substituta aprovada em seleção pública na Universidade Federal do Pampa (Unipampa – 2024 – 2025). Além da sólida formação acadêmica, a professora tem experiência como repórter, redatora e assessora de imprensa em veículos jornalísticos e agências de conteúdo. Atualmente, integra três grupos de pesquisa: Comunicação Eleitoral (UFPR), Estudos em Jornalismo (UFSM) e Diálogos do Pampa (Unipampa).
A sua primeira grande experiência profissional ocorreu ainda em 2006, como freelancer no portal Terra, durante a cobertura das eleições. “Ali entrei nessa categoria de profissional que hoje chamamos de jornalista multimídia: fazia texto, apurava, fotografava, gravava vídeo e ainda colocava tudo no ar. Foi uma experiência incrível, que me marcou muito. Conheci figuras importantes como Michel Temer, cobri comícios do então presidente Lula. Foi um divisor de águas na minha carreira”, relembra. Ela ressalta que enfrentar desafios é essencial na formação de um bom jornalista. “Se arriscar, colocar a mão na massa, mesmo com medo, é fundamental. Isso me ajuda muito em sala de aula hoje, pois compartilho essas vivências com os alunos.” Para a professora, a experiência de mercado tem papel crucial no processo de ensino. “Valorizo muito o lado prático, entender como se faz uma reportagem, os macetes da profissão. Isso ajuda a compreender melhor a teoria e a aplicá-la”, afirma.
Na Unipampa, ministra as disciplinas de Produção de Revista, Laboratório de Jornalismo Digital (no curso de verão) e Narrativas Digitais, além de Conjuntura Contemporânea e Comunicação. As aulas são construídas sempre com temas atuais e relevantes. O discente Jaime Magueta Viana Lima comenta sobre a didática da professora: “Eu adorei a disciplina ministrada pela professora Josi, fui aluno dela na disciplina de Produção de Narrativas Digitais. O que mais me chamou atenção foi a didática e a abertura para a interação com a turma, algo que acredito que agrega muito na relação entre professor e aluno” e acrescenta “Como amante do jornalismo literário, enxergo que essa disciplina foi fundamental para a minha formação, por abordar temas como a construção narrativa, storyboarding e longform. Vou lembrar também das conversas no intervalo das aulas, nas quais a professora sempre foi muito simpática, divertida e atenciosa. Aprendi muito com a professora Josi e desejo tudo de melhor em sua continuidade de carreira”, resumiu Jaime.
Josemari destaca como docente que a curiosidade é uma das principais qualidades de um jornalista. “Ser curioso não é ser fofoqueiro, mas buscar entender assuntos diferentes, ir atrás de histórias, de personagens, fazer conexões e não ter preguiça de conversar com as pessoas”, aconselha. Outro ponto que considera indispensável é a escrita. “Saber escrever é fundamental. Quem escreve bem, se comunica bem. Ler, escrever, ouvir e estar atento são habilidades essenciais.” A professora também reflete sobre os medos enfrentados na graduação. “Sempre tive receio de não conseguir me colocar profissionalmente, então, procurei me desenvolver em várias frentes para estar preparada quando surgissem oportunidades”, relata. Como conselho, reforça: “A carreira se constrói no dia a dia. Façam cursos, busquem se qualificar sempre.”
O contrato de Josemari na Unipampa vai até julho de 2025, mas ela não esconde o desejo de permanecer na instituição. “Era meu sonho dar aula aqui, por ser a universidade da minha cidade. Só não cursei aqui porque o campus foi inaugurado depois que eu já estava na UFRGS”, explica. Ela revela que pretende se estabelecer em São Borja e seguir na Unipampa como professora efetiva, caso surjam oportunidades. “Meu desejo é continuar me aprimorando e contribuir cada vez mais com a formação dos alunos.” Por fim, deixou uma mensagem aos estudantes: “Aproveitem todas as oportunidades que a universidade oferece. É na graduação que vocês constroem as bases da carreira.”
Texto e fotos: Heloisa Teixeira Domingues, bolsista da Coordenação do Curso
Foto: Amanda Ferreira
estar regularmente matriculado em, no mínimo, 12 (doze) créditos em curso de graduação da Unipampa, salvo quando: for formando; for estudante com deficiência, quilombola, indígena ou mãe; no semestre vigente não forem ofertados créditos suficientes para completar a carga horária semanal exigida; for aluno ingressante por processo seletivo complementar nas modalidades de reopção ou transferência voluntária.