Ministrantes: Rodrigo Lobato Schlee e Fernanda Valente de Souza
Esta ação educativa tem como objetivo uma interação com o universo pampeano, através de códigos culturais que estão presentes no cotidiano desde épocas remotas até os dias de hoje. Mobilizamos assim a retoma das origens e reflexões sobre as transformações, bem como os significados que esses códigos têm atualmente.
Temática da oficina:
Os temas escolhidos para serem abordados são o couro e o mate, matéria prima e bebida, elementos formadores da identidade regional.
O mate é uma das principais heranças deixadas pelos povos originários, mais que uma bebida é um alimento que extrapola a região pampeana, mas que tem presença mais que marcante em toda a extensão da região. Bebida sagrada e habitual dos Guaranis, que já conheciam a suas qualidades de estimulante e inibidor de apetite, bem como de sua serventia para longos períodos de deslocamento e caça. Quando da chegada dos europeus foi considerado Erva do Diabo e seu uso proibido, porém, diante do crescente consumo tornou-se produto de extrativismo e fonte de riquezas. Em um período de grandes descobertas como o Chá, na Índia, Café, na África e o Cacau, na Colômbia, reconhece-se a Erva mate na América do Sul como uma nova bebida estimulante e não alcoólica com propriedades curativas. Nas missões Jesuíticas foi um dos principais produtos de comercialização tornando-se o “ouro verde”. Consumido de forma democrática, dos galpões aos salões o mate passado de mão em mão e sorvido na mesmo bomba, fez parte da formação do povo hoje gentilicamente chamado de “gaúcho”. Atualmente o consumo segue crescente, motivado pelos comprovados benefícios medicinais da bebida. Por seu caráter congregador é considerado um símbolo de hospitalidade do povo pampeano, sempre disposto a oferecer um mate.
O couro, matéria prima ainda importante na cultura e na economia atual, já era amplamente utilizado na região pampeana pelos povos originários, que se abrigavam do frio cobrindo-se com o cayapi (espécie de capa feita peles de animais silvestres). Com a chegada dos europeus e a introdução do gado, do couro passa a se fazer de tudo, de telhado à embarcação e principalmente os arreios necessários ao transporte e a captura do gado chimarrão (selvagem), que em meados do século XVIII, era caçado visando-se apenas as suas peles. Período esse que ficou conhecido como a “A idade do couro”. E no qual o homem campeiro do sul chegou a ser apelidado de “guasca”, que significa no dialeto indígena quéchua: pedaço ou tira de couro cru, comparando-o à rusticidade e à resistência do material.
Metodologia: Triangular, perspectiva que procura englobar vários pontos de ensino/aprendizagem ao mesmo tempo, entre os principais estão: leitura de imagens e objetos, contextualização e prática (o saber).
Conteúdo:
Etapa 1
- O Mate
Origens da Bebida.
Os avios primitivos.
Mate nas Artes.
Apresentação dos objetos em exposição e suas características.
Prática
Os participantes vão poder aprender a preparar e degustar o mate chimarrão, mate doce com leite, mate cozido (tostado).
Material Oficina: Erva mate e avios para o chimarrão (serão fornecidos pelos ministrantes).
Etapa 2:
- O couro na cultura pampeana.
O ofício de Guasqueiro.
Origem da palavra Guasca, guasqueiro
Histórico, materiais, ferramentas e técnicas.
Apresentação dos objetos em exposição e suas características.
Prática
Os participantes vão poder manusear o couro aprender algumas técnicas de guasqueria.
Material Oficina: Couros (serão fornecidos pelos ministrantes).
PROMOÇÃO DA SOCIEDADE INDEPENDETE CULTURAL – SIC/Jaguarão e ATOS produção Cultural
TEMPO DE DURAÇÃO DE CADA OFICINA: 2h30m (Etapa 1 e Etapa 2).
DATA: dias 11 e 12/04
LOCAL: Círculo Operário – SIC
INSCRIÇÕES GRATUITAS NO LOCAL: Marechal Deodoro, 377 – Centro – Jaguarão.