Coordenador do Curso participou do painel sobre Políticas Culturais na Universidade durante o V SIEPE em Bagé – 31/10

Por NYCOLAS RIBEIRO DE ARAUJO

O segundo dia do Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão iniciou com o painel “Cultura na Universidade: construindo políticas culturais na UNIPAMPA”. O debate foi conduzido pela pró-reitora de Extensão e Cultura da Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA), professora Vera Medeiros; o professor do curso de Produção e Política Cultural do Campus Jaguarão, Alan Dutra de Melo; o professor do curso de Licenciatura em Música do Campus Bagé, Matheus de Carvalho Leite; e a diretora do Museu da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Cláudia Aristimunha.

Professor Matheus Leite, pró-reitora Vera Medeiros, professor
Alan Melo e a diretora Cláudia Aristimunhos.

 

O painel teve como objetivo entender como funciona a política cultural dentro da Universidade, sua importância e, ao final do encontro, fazer com que os participantes propusessem métodos de fortificar as atividades artísticas na UNIPAMPA.

Logo de início, a pró-reitora Vera Medeiros (também professora do curso de Letras no Campus Bagé) defendeu a importância de ambientes para a arte na UNIPAMPA. “Nós temos uma cultura científica, uma cultura de ensino, mas ainda faltam atividades, cursos e espaços para arte”, afirmou Vera, explicando que o SIEPE é um local que oportuniza o encontro de todos os campi para discutirem o funcionamento da Universidade para além das mostras científicas.

Além dos painelistas, também estiveram presentes técnicos, professores e alunos de diversos cursos da UNIPAMPA, como, por exemplo, Licenciatura em Matemática, Física, Produção e Política Cultural, Letras, Engenharia Química e Engenharia Agrícola. A diretora do Museu da UFGRS, Cláudia Aristimunha, manifestou contentamento e ressaltou a importância de ter alunos de cursos de exatas no painel, contribuindo com o debate que não é exclusivo de um curso ou de outro.

Cláudia explanou como funcionam os espaços culturais dentro da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, e explicou que política cultural permite que a instituição trabalhe com todos os nichos de cultura (cursos, projetos e espaços) dentro da universidade, como também com a comunidade através de atividades extensionistas. “A arte não pode perder o caráter acadêmico científico em suas manifestações culturais. Tem que ter um objetivo. A universidade tem papel difusor e de trazer alternativas, um espaço de debate e de conhecimento, oportunizando uma arena pública de discussão com a comunidade externa”, defendeu a diretora.

Os participantes contribuíram com a discussão relatando
experiência vívidas em seus respectivos campi.

Já na realidade da UNIPAMPA, a professora Vera disse que o maior desafio é pensar em um projeto cultural que funcione na estrutura multicampi, e que isso depende muito do movimento de cada campus. De acordo com ela, a PROEXT se esforça para democratizar o acesso à cultura em todos os dez campi, assim, institucionalizando a política cultural para toda Universidade. Para Cláudia, a questão da oportunidade de desenvolvimento para os munícipios onde está instalada, “a UNIPAMPA é um espetáculo para o Rio Grande do Sul e o interior”.

O painel também abordou a realidade do cenário cultural na sociedade a as políticas públicas destinadas a esse setor no Brasil. Além de discutirem a maneira que o mercado da produção cultural funciona, os painelistas abordaram como as universidades têm um papel protagonista e devem atuar alternativamente, oferecendo espaços para manifestações artísticas e a democratização do acesso.

Durante as discussões com o público presente no painel – onde houve divergência de opiniões entre os participantes – o professor Alan Dutra de Melo apontou que essas tensões no debate demonstram as diferenciações de culturas, e como é importante discutir a democratização de espaços onde as culturas possam coexistir e se manifestarem. Para o professor, há um pensamento na sociedade em que desenvolvimento social significa unicamente, por exemplo, a criação de cursos de engenharias, por isso que a universidade deve criar cursos de artes para trazer a pauta da importância da cultura e seu espaço na sociedade e ambiente acadêmico.

Para o professor do curso de Licenciatura em Música, Matheus de Carvalho Leite, os sistemas de avaliação do ensino básico são conteúdistas e valorizam a área das exatas, portanto, existe essa dificuldade de fazer um balanço dentro da universidade. Por isso, a criação de políticas culturais, tendo a extensão como protagonista, deve ser uma pauta relevante na academia. Segundo Matheus, o curso de Música pretende mapear Bagé e as expressões artísticas musicais na cidade, a fim de entender seu papel enquanto uma universidade baseada na tríade ensino, pesquisa e extensão e a contribuição social local de acordo com as políticas públicas nacionais.

Fonte: http://eventos.unipampa.edu.br/siepe/index.php?option=com_content&view=article&id=61:2013-10-31-19-28-50&catid=1:latest-news&Itemid=50