Professora substituta fala da sua experiência como jornalista e na formação de novos profissionais
A atual docente substituta Clarissa Schwartz iniciou neste segundo semestre letivo suas atividades como professora no curso de Jornalismo. Natural de Ibirubá, Clarissa carrega em sua bagagem profissional seus títulos de Doutora em Comunicação e Extensão Rural na UFSM, Mestre em Extensão Rural (UFSM), Bacharel em Comunicação Social – Jornalismo (UFSM) e Pós-Doutorado em Comunicação, também pela Universidade Federal de Santa Maria.
As disciplinas ministradas pela docente são aulas laboratoriais, essencialmente práticas: Produção de Documentário Audiovisual e Jornalismo Especializado.
Quando escolheu cursar Jornalismo em Santa Maria no ano de 1994, priorizou uma universidade pública. A partir disso, tentou o vestibular e conseguiu garantir sua vaga na Universidade. Morar em Santa Maria era algo desejável por Schwartz, até porque seus pais tinham tido a experiência positiva de residir na cidade antes dela nascer, além de conhecer alguns amigos que também viviam ali. Escolher esta profissão como futura jornada teve certa influência de alguns primos que cursaram e já eram profissionais na área. Mas o que realmente teve um maior impacto nesta tomada de decisão foi a frase que seu tio lhe disse certo dia: “O mundo precisa de bons comunicadores”.
Ao recordar suas experiências na UFSM nos anos 90, ela relembra com precisão que quando se mudou para a cidade, levou em sua bagagem a sua máquina de escrever.
Era na máquina de escrever que Clarissa realizava os seus primeiros trabalhos como aluna do curso. Neste período a era da informatização estava chegando e tomando conta dos ambientes universitários, mas ainda assim, a abundância de equipamentos não era tão vasta como nos dias atuais. Entretanto, de acordo com ela, essas mudanças que o Jornalismo vivenciou foram mudanças técnicas, pois a docente acredita que a essência do Jornalismo durante aquele período comparado aos dias atuais, ainda é a mesma. Clarissa salienta: “quando a gente escolhe a profissão de ser um jornalista, você quer dar voz a outras pessoas, mostrar histórias que merecem ser contadas. Então eu acho que a essência permanece a mesma”.
Mas a professora destaca que, no nosso momento atual, em função dos processos de midiatização, ocorre maior participação do público e as pessoas exigem maior transparência, gerando ainda mais responsabilidade para os jornalistas.
A docente Clarissa Schwartz tem como marco em sua trajetória profissional, 15 anos de experiência na RBS TV de Santa Maria. E tudo isso começou em seu último ano de faculdade quando a então aluna, conheceu o projeto que a RBS desenvolvia, chamado Caras Novas. Este programa selecionava estudantes (na época de Porto Alegre, Santa Maria e Pelotas) para realizar uma espécie de estágio, onde aprendiam como operar as câmeras, realizar as apresentações, aprender sobre as edições e reportagens. Era neste programa que se aprendia como funcionava todo o núcleo da produção de uma televisão. Os treinamentos eram dados por profissionais, ocorriam de segunda a sexta em Santa Maria, e a cada quinze dias, os estagiários/alunos iam até a capital para realizar reuniões com todos os estudantes.
Foi a partir do Caras Novas que Clarissa começou a trabalhar na emissora em Santa Maria, atuando no início como freelancer, logo em seguida como repórter, e depois de um tempo, trabalhou nas apresentações e nas edições. Nos seus últimos cinco anos, ela atuou na coordenação do departamento de jornalismo da RBS TV.
Ainda hoje, lembra com muita precisão as ex-colegas Daniela Ungaretti e Isabel Ferrari, que também entraram para a emissora a partir do projeto Caras Novas.
Vida Profissional
Um fator considerado expoente para ser um bom jornalista, de acordo com a docente, é a curiosidade.
O olhar generalista de um profissional da área da comunicação deve estar sempre atento a tudo que está acontecendo em sua volta. “Até porque este é o papel do jornalista, fazer com que a vida das pessoas seja mais fácil, que as pessoas conheçam seus direitos, fazer essa mediação.”
Durante a sua trajetória, Clarissa vivenciou muitas experiências e todas elas marcaram fortemente a sua vida profissional.
Em suas primeiras entradas ao vivo fora do estúdio da emissora, os repórteres tinham que ir até a CRT (uma companhia telefônica) para conectar o estúdio com o ambiente externo. Um novo recurso técnico passou a permitir também a entrada ao vivo em frente à emissora. Mas um delay no retorno dificultou a finalização da entrada ao vivo.
Experiências como essas são recorrentes principalmente em entradas ao vivo, e é comum que todo jornalista vivencie etapas como essa em sua trajetória profissional.
A docente Clarissa
O impacto que um professor tem na vida de um aluno é gigantesco, e com Clarissa não foi diferente. Paulo Roberto, docente de Radiojornalismo, ocupa um lugar especial dentro do coração de Schwartz. Seus métodos de ensino começavam com programas gravados, depois passavam para programas ao vivo e nos últimos semestres, acontecia um programa de debate, que era chamado de Rádio Ativo.
Neste programa todos os alunos experienciavam todas as funções (produtor, mediador), enquanto os demais colegas assistiam. Já o professor Paulo Roberto ficava com a parte da orientação e da avaliação dos discentes. Mas a parte mais incrível de tudo isso, não eram nem as atividades em si, mas sim, o final das aulas. Era neste momento que as conversas aconteciam, era ali que o professor Paulo Roberto comentava sobre os erros e sobre os acertos de todos. “Ele sempre foi um docente que se preocupou em fazer um bom jornalismo.” destaca Clarissa.
E para ela, todo professor ocupa também a função de incentivar, e, principalmente, de deixar marcas na vida de seus alunos.
Como atual professora substituta, Clarissa Schwartz ministra disciplinas práticas. E seu principal objetivo em suas aulas, é fazer com que os seus alunos tenham momentos de interação com profissionais que atuam no mercado de trabalho, tirando dúvidas e conhecendo um pouco mais sobre o dia a dia na redação.
Gerando a partir disso, trocas de experiências e aprendizados.
“Porque essa troca e esses momentos são muito ricos, são aprendizados muito grandes, tanto para os alunos quanto para quem está lá dentro do mercado de trabalho”, enfatiza a docente.
Estar atuando na Unipampa como docente do seu curso de formação oportuniza sua trajetória ainda mais. Possibilitando pesquisas sobre as mudanças e os desafios atuais do Jornalismo, além de possibilitar a convivência com turmas e grupos diversos, colaborando diretamente na formação dos futuros profissionais de Jornalismo.
O conselho que a docente Clarissa Schwartz deixa para os alunos do curso é que aproveitem muito todas as oportunidades, e que principalmente, nunca deixem de estudar. “Nunca percam essa vontade de estudar, porque o mundo hoje exige isso, nós devemos estar constantemente nos atualizando, e nenhum ambiente é tão rico como uma Universidade para isso”, ressalta.
Texto: Amanda Moreira Ferreira, bolsista da Coordenação do Curso.