A “1ª Semana da Libras: Evento Intercursos” , realizada entre os dias 21 e 24 de agosto no Campus São Borja, de forma híbrida, surgiu da ideia dos professores de Libras do Campus, Keli Krause e Willian Brum, e contou com apoio das coordenações de cursos além da ajuda profissional da intérprete Marezine Eder, de servidores técnicos de computação e de áudio, com participação dos estudantes.
“O evento teve como objetivo contribuir com informações e orientações para todos os universitários do curso de jornalismo”, explicou a professora Keli, referindo-se à programação específica do dia do curso. Ela comentou o quanto “é importante que os discentes observem a realidade das pessoas surdas, que possam ouvir e refletir sobre isso, e a partir disso, pensar propostas de projetos que ajudariam em melhorias à comunidade surda, bem como possam se tornar profissionais com a melhor formação e entendimento sobre acessibilidade “.
A estudante Andressa Torres, convidada e ouvinte do evento, disse que “infelizmente ainda não é recorrente esse tipo de espaço de debate e de discussão para nós que possuímos alguma deficiência dentro da Unipampa”. No entanto, falando sobre a perspectiva de uma instituição mais inclusiva, reconheceu que a Unipampa tem feito incentivos nessa direção.
O evento também contou com a participação do palestrante Victor Ribeiro, egresso do curso de jornalismo e que atua como repórter na TV Tapajós, no Pará. Victor trabalhou como bolsista ainda quando era aluno do curso, auxiliando os professores de Libras com tradução na Língua de Sinais, numa época em que a universidade estava sem intérprete contratado. Em sua fala dirigida aos alunos do curso, o estudante comentou sobre a importância da acessibilidade dentro do jornalismo e destacou as experiências que estão acontecendo no seu estado natal, no Norte do país.
Quanto à participação e interesse dos alunos, Keli afirma que ficou muito feliz em ver os discentes de jornalismo participando do evento. A expectativa é que o evento melhore a cada nova edição, disse ela, e que desperte cada vez mais o interesse dos alunos em aprender Libras, levando a uma maior inclusão da comunidade surda.
A professora Keli Krause comentou que o curso de jornalismo tem uma disciplina opcional de Libras e que esse componente curricular tem 60 horas, o que ela considera pouco, pois o componente tem muitos conteúdos e informações. “Penso ser fundamental a criação de mais uma disciplina de Libras, especifica, na área jornalística com 2 créditos. Durante o evento ela trocou ideias sobre isso com a coordenação. “No futuro, jornalistas precisarão saber como trabalhar com esta realidade nas empresas, agências, etc”, disse ela.
Texto e fotos: Maria Eduarda Cogo