Esta foi a primeira vez que o Campus São Borja sediou o evento e professores e estudantes atuaram também como avaliadores ou monitores
Durante os três dias do 16° Salão de Inovação, Ensino, Pesquisa e Extensão (Siepe) alunos do curso de Jornalismo de diferentes semestres aproveitaram a oportunidade de realizar apresentações de seus estudos em exposições orais e posters. O evento aconteceu de 22 a 24 deste mês e teve a participação de cerca de 2.300 credenciados. Este ano, foram 1.346 trabalhos aprovados para apresentação.
A seleção de trabalhos é feita a partir de algumas etapas. Inicialmente, as propostas inscritas são submetidas na forma de resumos, passando assim por um crivo pelo comitê científico, e se atendem a exigências, que envolvem muito mais que a parte de formatação, o trabalho é então aprovado e pode ser exposto à comunidade. Durante as apresentações dos mesmos, avaliam-se a relevância do tema, o domínio, o impacto social, a contribuição do discente em relação ao trabalho e à área de pesquisa ou campo de investigação, a relevância científica, a organização, e até a desenvoltura de quem está apresentando. Critérios estes que são observados pelas pessoas que assumiram a função de avaliadores, docentes da instituição.
A cada nova edição do Siepe, o evento evidencia melhorias nos trabalhos e nas dinâmicas de sua própria organização. Os melhores trabalhos são premiados. (Confira no portal da Unipampa, a relação dos vencedores deste ano):
https://unipampa.edu.br/saoborja/cerimonia-encerra-16o-siepe-com-premiacao-de-trabalhos
Pensando nos modelos de submissão, foi permitido que as indicações de prêmios fossem feitas pelo próprio orientador do trabalho. Já em relação à organização do tempo, cada discente teve à disposição vinte minutos, tanto para apresentações orais, quanto para a apresentação de pôster. Com a possibilidade de oferecer muitas salas, o Campus São Borja possibilitou a toda comunidade acadêmica sessões menores, permitindo que as apresentações ficassem mais fluidas e que tanto os ouvintes quanto os apresentadores desfrutassem de apresentações mais tranquilas e harmônicas, o que nem sempre é possível em eventos com espaços diferentes.
O professor Flávio Bruno, da Comissão Científica deste Siepe conta sua experiência durante os três dias intensos no Campus: “É um mix de sensações, é um desafio grande, mas eu tinha a total confiança de que o Campus de São Borja poderia recepcionar um evento na envergadura do Siepe”, diz ele. “É uma realização muito grande sediar um evento como este em São Borja”, conclui.
Tanto a comunidade acadêmica, com seus servidores, técnicos terceirizados, docentes, discentes como a comunidade local, fizeram parte de uma grande acolhida para tornar esses três dias possíveis.
Professores e alunos de Relações Públicas forneceram todo o suporte para o credenciamento. Toda a área da comunicação, como Jornalismo e Publicidade e Propaganda, auxiliaram para levar todas as informações ao público, fornecendo a cobertura completa do evento, que também teve a ajuda de todo o pessoal do curso de Direito, participando das monitorias e apresentando seus trabalhos.
Alguns trabalhos de alunos do Jornalismo
As alunas Alexya Teixeira e Pauline Gonçalves, que estão cursando o segundo semestre do curso de Jornalismo, aproveitaram a oportunidade para se inscrever nesta 16° edição e realizar a apresentação em conjunto de um pôster que levava o título “A negligência no diagnóstico precoce de doenças cardiovasculares em jogadores de futebol”.
A ideia foi a de trazer este tema como pôster depois do impacto das notícias sobre a morte do jogador Juan Izquierdo, que sofreu uma parada cardíaca no meio do campo, durante uma partida de futebol. A partir de uma análise realizada, foi possível observar como a mídia trata este tipo de situação que acontece com alguns jogadores de futebol. O foco do trabalho das alunas foi buscar observar como o jornalismo toma o enfoque destes problemas. Para elas, a experiência de vivenciar o primeiro Siepe foi enriquecedor.
“A gente está tendo contato com o pessoal de outros campus e essa integração faz toda a diferença pra gente poder compreender melhor e ter mais experiência em seminários e apresentações de trabalhos. Com certeza vai ser algo enriquecedor para a nossa carreira” destaca a estudante Pauline.
A aluna Gabriela Antunes, que está no quarto semestre do curso de Jornalismo, também levou seu trabalho para apresentação em pôster. O tema escolhido foi “A dicotomia na abordagem midiática do futebol feminino e masculino no globo esporte”, em que ela buscou analisar a diferença na abordagem dada ao futebol feminino em comparação ao futebol masculino no telejornalismo. Gabriela também participou do evento pela primeira vez e destacou a sensação de poder estar vivenciando este momento: “Está sendo muito legal, é bem diferente do que eu imaginava, os avaliadores são bem queridos. O público que vem também é muito legal, todo mundo se ajuda, todo mundo presta atenção na apresentação do outro”.
Matheus Henrique Ribeiro, também aluno do curso de Jornalismo e cursando o quarto semestre, conta que sua primeira participação no Siepe foi para trazer como tema de pôster a “Linguagem comunicacional das batalhas: Um estudo sobre a comunicação nas batalhas de Joinville-SC”. Trazer este tema para o Siepe foi por conta de estar cursando a área da Comunicação, além de gostar muito das batalhas de rima, um movimento cultural e periférico. O objetivo deste trabalho foi o de buscar entender como funciona a comunicação dentro de uma batalha de rima e de slam, com o objetivo de trazer isso para a área acadêmica e poder trabalhar essa liberdade de expressão no Campus. Foram a partir de análises, pesquisas e entrevistas que se formou todo seu trabalho. Mateus participa do grupo PET História da África, no qual era necessário trazer um projeto, e um deles foi a questão do PET cultura, que busca fazer coisas voltadas para a cultura black dentro da Universidade. Ele conta que foi a partir deste aspecto que surgiu uma das vertentes que é as batalhas de rima, com o objetivo de expandir este assunto cada vez mais dentro da Unipampa.
Matheus Henrique também é estreante nesta 16° edição do evento. Para ele, fazer parte do Siepe foi um misto de nervosismo e ansiedade: “Nervosismo por apresentar e também por sediar este evento. A ansiedade por conta da apresentação do trabalho e por reencontrar pessoas que eu já conhecia de outros campus e por ter também a possibilidade de fazer novas amizades, conhecer outras culturas, outros gostos, conhecer outros trabalhos que são totalmente fora da área de comunicação”.
A contribuição deste evento em relação a sua futura profissão como Jornalista é algo que permitiu ao aluno expandir suas vertentes dentro desta área. E uma delas é poder trabalhar com a questão racial dentro do Jornalismo, um tema, segundo ele, pouco falado dentro da área da comunicação. Além de ser um tema que vai agregar fortemente sua visão profissional e principalmente, pessoal.
Já a aluna Ana Carolina Conceição realizou no último dia do evento (24), a apresentação oral do tema “O futebol como estratégia política para legitimar regimes autoritários em países da América Latina”. Tema que surgiu no semestre passado, no componente de Introdução ao Pensamento Científico, onde era necessário produzir um projeto inicial de pesquisa. E a grande paixão pelo futebol fez com que este tema viesse à tona. “Eu sempre tive muito a ideia antes mesmo de entrar na faculdade, de fazer algum projeto, alguma pesquisa, sobre o uso do futebol pela ditadura, porque foi um tema que sempre me intrigou muito, eu sempre via na televisão, assisti até um documentário que falava muito sobre essa questão do futebol sendo utilizado como uma arma ideológica, como uma arma de legitimação. E isso me chamou muito atenção, e foi por isso que eu realmente quis escolher este tema para trazer no Siepe”, ela conta.
Para Ana Carolina, participar do Siepe foi “algo muito legal”. Além de apresentar este tema, ela também participou de um trabalho como co-autora de uma revista realizada também em um componente curricular do curso. O Siepe, de acordo com a discente, pode contribuir muito para o seu desenvolvimento como futura jornalista: “É uma forma de eu me abrir com as outras pessoas, com a comunidade acadêmica, de modo geral”. A partir da sua apresentação oral, ela pode desenvolver sua apresentação para outras pessoas, além de poder falar de um tema que tenha conhecimento e que é a futura profissão de sua vida, o jornalismo esportivo.
Outros estudantes do curso também apresentaram, alguns atuaram até como monitores nas salas de apresentação e docentes do curso colaboraram como avaliadores dos trabalhos, em posteres ou apresentações programadas.
Os orientadores dos trabalhos dos alunos entrevistados :
- de Ana Carolina Conceição: Professora Alciane Nolibos Baccin
- de Gabriela Antunes: Professor Eduardo Vieira
- de Alexya Teixeira e Pauline Golçalves: Professor Miro Bacin
- de Matheus Henrique Ribeiro: Professor Edson Paniagua
Texto: Amanda Ferreira, bolsista da Coordenação
Fotos; Amanda Ferreira e Jonatan Mancias Soares