Atividade de comunicação em comunidade faz parte da proposta de um projeto de extensão
A interação social como forma de comunicação entre surdos e ouvintes é o principal objetivo do projeto de extensão Café com Libras que acontece desde fevereiro, promovido por professores da Unipampa. Na tarde de sábado (15) na Praça da Lagoa, em São Borja, uma integração da comunidade local com membros da Associação de Surdos de São Borja foi o segundo encontro comunitário do projeto neste ano.
A ideia surgiu antes da Pandemia, pelos professores Geder Parzianello, atual coordenador do projeto, e Keli Krause, que esteve em afastamento para qualificação, o que levou à desativação da proposta, somadas as dificuldades em função da Covid-19 e as orientações de distanciamento social e de proteção para evitar o contágio na pandemia. O projeto foi, então, recriado e retomado agora, no curso de Jornalismo, por iniciativa do professor de Libras, Willian Brum.
O “Café com Libras” tem a participação de professores, estudantes de Jornalismo, de Serviço Social, das Ciências Humanas e da comunidade surda de São Borja. A professora da Unipampa, Keli Krause, uma das criadoras do projeto original, é também a primeira professora de Língua Brasileira de Sinais (Libras) da instituição e a primeira a concluir o doutorado, pela PUCRS, com a defesa feita em Libras, ano passado.
Na tarde do sábado, surdos e ouvintes trocaram experiências e aprendizados pessoais, interagindo de forma festiva e descontraída, por meio da Libras, e acompanhados de chimarrão, café e lanches. O encontro durou cerca de duas horas na Praça da Lagoa e teve, entre seus pontos altos, um momento de descontração em que os ouvintes foram desafiados a identificar e classificar sinais para diferentes gestos feitos pelo professor Willian Brum, visando ao treinamento de habilidades sócio-comunicativas na Língua Brasileira de Sinais.
A iniciativa de inclusão social do Café com Libras busca fazer também com que surdos e ouvintes estreitem laços com a comunidade e troquem experiências pessoais a partir do aprendizado e da prática da língua. O encontro no sábado foi uma segunda oportunidade para os estudantes apreenderem mais sobre os usos e significados na comunicação dos surdos e com os surdos, socializando e interagindo, experienciando a comunicação como um fator social.
Texto: Micael Olegário
Fotos: Willian Brum e Keli Krause